segunda-feira, 4 de abril de 2011

História regional - Goiás / Itaberaí -



A Mineração em Goiás
Dois tipos de jazidas auríferas foram explorados no Brasil: 1) as jazidas sedimentares do ouro de aluvião, e 2) as formações rochosas com veios auríferos na pedra.

A Política Fiscal nas Minas
 No Brasil, sempre que o rei concedia licença às bandeiras para buscar ouro ou prata ou outros metais exigiam que pagassem o quinto, segundo a lei do reino.
O direito do rei ao quinto ninguém discutia, embora muitos mineiros pensassem que não estavam obrigados a pagar impostos e procurassem evitá-los mediante o contrabando.
A riqueza de ouro em Goiás  
Goiás foi o segundo produtor de ouro do Brasil, bastante inferior a Minas – aproximadamente 1/6 – e um pouco superior a Mato Groso – talvez 10/7.
Em 1640, o Brasil tinha aproximadamente 170.000 habitantes, que conseguiam produzir e exportar 3,8 milhões de libras em ouro. Em 1740 havia nas minas mais ou menos 450.000 habitantes, que conseguiam produzir e exportar 3,8 milhões de libras em ouro. Em 1740 havia nas minas mais ou menos 450.000 habitantes, que produziam e exportavam ouro no valor de 2,2 milhões de libras. A produção por habitantes na economia do açúcar era de 22 libras, e no tempo do ouro de 5 libras, isto é, quatro vezes menos.
Vemos por esta comparação que a época do ouro não foi tão rica, nem a produção tão grande como às vezes se pensa.
Podemos perguntar. Esta riqueza para onde foi, que proveito trouxe para o Brasil e para Goiás?
Uma dos possíveis respostas pra essa pergunta é a de que o ouro foi para a metrópole e, de lá foi parar no bolso dos banqueiros e industriais ingleses, que ensaiavam, na época, a Revolução Industrial. Goiás pouco ou quase nada recebeu, pois, após o fim do curto período de mineração Alguns sumiram por completo, como é o caso de Ouro Fino.
Goiás pertenceu ate 1749 a capitania de São Paulo. A partir desta data, tornou-se capitania independente.
Quadro Administrativo: a capitania de Goiás
Goiás fora descoberto por paulistas era uma terra teoricamente pertencente a capitania de São Paulo.
Por isso de inicio considerado um território de minas dentro da capitania de São Paulo.
Nos primeiros anos o Intendente (responsável pela administração local das minas) foi Bartolomeu Bueno. O Anhanguera. Mas tarde, por causa de certas desordens (na verdade, os motivos foram políticos), foi substituídos pelo ouvidor. A corte portuguesa decidiu tornar Goiás independente de São Paulo, elevando-o à Categoria de Capitania.
Em 1749 chegou a Vila Boa o primeiro Governador e Capitão General, D. Marcos de Noronha, o Conde dos Arcos. O território goiano passou então a ser denominado Capitania de Goiás, titulo que conservaria ate a independência, quando se tornou Província.
Toda capitania do Brasil um governo próprio e independente, ligado diretamente ao rei e aos organismos centrais de Lisboa, especialmente ao Conselho Ultramarino.
A autoridade principal era o Governador, responsável pela administração e pela aplicação das leis. A justiça a cargo do Ouvidor, independente nesta parte até do próprio governador. A parte da arrecadação de impostos (Fazenda Real) correspondia ao cargo de Intendente, também com bastante autonomia. Essa divisão era meramente teórica pois, constantemente um invadia a esfera de poder do outro, gerando conflitos que por vezes acabava com um derrubado pelo outro, de acordo com o prestigio junto à coroa.
A população de Goiás
Em todo descobrimento de ouro numa terra nova, os primeiro anos são de um dinamismo populacional extraordinário: atraídas pela miragem do ouro, acorrem à região grandes multidões, que percorrem, vasculham e povoam os desertos.
Em 1750, ao tornar-se Goiás capitania, os habitantes deviam ser pouco menos de 40.000. A população tinha mais que dobrado nestes 25 anos.
Nos trinta anos seguintes, a população continuou aumentando, embora já a um ritmo inferir em 1783 haviam em Goiás quase 80.000 habitantes, um aumento de mais de 50%.
A sociedade em Goiás durante a Colônia
É sabido que a sociedade colonial, como todas as sociedades do Antigo Regime, era uma sociedade que não se fundava no principio da igualdade de todos seus membros.
Mais importante em Goiás, e no Brasil, é a diferença fundamental entre livres e escravos.
A economia açucareira, que dominara os dois primeiros séculos da colonização do Brasil, foi uma economia estruturada sobre o trabalho escravo; conseqüentemente a sociedade do açúcar apresentava como uma de suas estruturas fundamentais a oposição livre x escravo.
Nas áreas de mineração a situação não era diferente, baseava-se no trabalho escravo.
Em 1738 os escravos eram aproximadamente 12.000. Não é possível, por falta de dados , determinar a proporção exata no total da população. Contudo, pode-se afirmar que não devia ser inferior aos 60ou 70%.
Em 1750 os escravos já alcançavam o numero de 20.000; a proporção devia continuar a mesma, ou talvez um pouco inferior.
Em 1804 – primeiro recenseamento que conservamos, o numero de escravos continuou o mesmo, mas a proporção era notavelmente mais baixa: os livres passavam de 30.000, sendo os escravos, portanto, apenas 40% do total.
A que se devia essa tendência à diminuição do numero relativo de escravos nos territórios de mineração?
*  A diminuição ou estancamento na importação de escravos (para Goiás);
*  A diminuição da produtividade do trabalho escravos, em virtude da escassez do ouro;
*  A compra da liberdade;
*  A miscigenação;
*  O tipo de trabalho (era praticamente impossível na pecuária extensiva). 
 
 
População de Goiás – 1804
 
Brancos: 7131, Pardos: 16.531, Pretos: 7.913, Escravos: 19.159.
Pode-se notar, através desse censo, que a quantidade de mão-de-obra negra diminui consideravelmente, isso se deu em virtude do escasseamento do ouro e o deslocamento dessa força de trabalho para outras regiões ou outras ativi8dades.
Tentativas governamentais para o progresso de Goiás
Como medidas salvadoras, o Príncipe Regente – D. João, tendo em vista seus objetivos mercantilistas, passou a incentivar a agricultura, a pecuária, o comércio e a navegação dos rios.
*  Foi concedida isenção dos dízimos por espaço de tempo de dez anos aos lavradores que, nas margens dos rios Tocantins, Araguaia e Maranhão fundassem estabelecimentos agrícolas.
*  Deu-se especial ênfase à catequese e civilização do gentio com interesse em aproveitar a mão-de-obra dos índios na agricultura
*  Criação de presídios á margem dos rios com os seguintes objetivos:
proteger o comércio,auxiliar a navegação e aproveitar o trabalho dos naturais para o cultivo da terra
*  Incrementou-se a navegação do Araguaia e Tocantins
* Revogou-se alvará de 5 de janeiro de 1785 que proibia e extinguia fábricas e manufaturas em toda a colônia.Esta revogação foi seguida de estímulos à agricultura do algodão e à criação de fábricas de tecer.
Conseqüências da decadência da mineração
Em 1823, Cunha Matos, enviado ao Norte para reconduzi-lo à união com o Sul, documenta em seus escritos a indolência do povo e a decadência dos arraias sublevados: “Cavalcante é quase nada,... aqui falta tudo, a fome é terrível..., dizem que nas Arrias, Conceição, Flores e Natividade, ainda é pior...”. Somos tentados a fazer a seguinte observação. Eram estes lugares mais prósperos do Norte na fase mineratória. Por que agora esta indolência, este marasmo? Ausência de um produto básico, é o que nos parece real.
A Independência de Goiás
Assim como no Brasil, o processo de independência em Goiás se deu gradativamente. A formação das juntas administrativas, que representam um dos primeiros passes nestes sentidos, deram oportunidade à disputas pelo poder entre os grupos locais.
Especialmente sensível em Goiás foi a reação do Norte que, se julgando injustiçado pela falta de assistência governamental, proclamou sua separação do Sul.
Primeiras manifestações contra a administração colonial
As insatisfações administrativas existiam mas raramente se manifestava. Foram as câmaras que se manifestaram em primeira linha contra os Capitães Generais, representantes diretos da metrópole.
A dar-se credito na documentação oficial, este movimento não era rico do sentimento nacionalista. Era do clero, que se sentia lesado em seus interesses.
A conspiração foi denunciada e seus principais implicados receberam como castigo deportação para alem de 50 léguas da capital de Goiás.
Os grupos locais, com diferentes idéias e com os mesmos objetivos – o poder – entraram novamente em choque. Houve até mesmo quem falasse em ideal republicano. No entanto, a situação foi dominada por conchavos políticos entre as famílias ricas e influentes de Goiás e Meia Ponte, sempre coerente com a ordem constituída, desde que ela lhes oferecesse a direção da futura Província.
Entre estas famílias que dominaram a situação, salientam-se o Rodrigues Jardim, os Fleurys, os Bulhões, que estiveram presentes na conjuntura política durante todo o período de Goiás Província e lançaram raízes nas diretrizes oligárquicas até o fim da chamada Republica Velha.
O primeiro presidente de Goiás, nomeado por D. Pedro, foi Dr. Caetano Maria Lopes Gama, que assumiu o cargo a 14 de setembro de 1824.



ITABERAÍ 
ITABERAÍ--GOIÁS Itaberaí, não surgiu do ouro, mas com ele. Com a descoberta das minas de ouro nas barrancas do Rio Vermelho, onde é hoje a Cidade de Goiás (fundada por Bartolomeu Bueno da Silva Filho em 1727) e como o transporte era a pé ou a cavalo e a velocidade de locomoção era de mais ou menos 40 kms por dia, era necessário que surgissem pelo caminho, pousadas. Estas pousadas eram para os viajantes descansarem, pernoitarem e também para alimentar e descansar a tropa. Foi aí que surgiu uma pousada com um curralzinho onde hoje é Itaberaí que fica mais ou menos 40 kms da Cidade de Goiás. Em 1779, em um mapa da província de Goiás, constava o nome Curralinho. Com a construção de uma casa de orações em devoção a N. S. D”Abadia, foi chegando moradores, o arraial de Curralinho foi se firmando”. Como a região de Itaberaí é mais plana e propícia para a agro-pecuária, chegaram aí pessoas que tinham vocação para esta atividade. E toda esta produção era consumida pelos milhares de garimpeiros que chegavam à região do Rio Vermelho. Entre os primeiros moradores influentes temos: Francisco Sá Tavares, Capitão-Mor Salvador de Campos, Capitão João Luis Brandão e Cap. Felipe Antônio Cardoso. Em 1868, Curralinho foi emancipada e em 1924 foi mudado no nome de Curralinho para Itaberaí, que em tupi-guarani significa rio das pedras brilhantes, em homenagem ao rio que banha a cidade. Itaberaí faz parte da bacia hidrográfica do Tocantins, Itauçu a cidade vizinha é bacia Platina e a Cidade de Goiás, bacia do Araguaia..Três cidades vizinhas, cada uma em uma bacia Hidrográfica distinta. O rio Uru que faz a divisa entre os municípios de Goiás e Itaberaí, é considerado como a principal nascente do Rio Tocantins. A população de Itaberaí é de mais ou menos 30.000 habitantes, e tem uma vegetação de cerrado. ECONOMIA: Itaberaí tem uma economia diversificada. A pecuária é desenvolvida, com confinamento ( pecuária intensiva) e pecuária extensiva. É uma das mais importantes bacias leiterias do estado e há indústrias de laticínios. Itaberaí é um grande produtor agrícola no estado, destaca-se na produção de soja, milho, feijão, tomate, goiaba, cana e laranja. A avicultura é também uma importante atividade econômica em Itaberaí e todo frango produzido na região é abatido na cidade, através da Super Frango, que abate mais de 100 mil aves por dia e gera mais de 2000 empregos diretos e indiretos. Aqui possui um comércio promissor e cinco agencias bancarias (Banco do Brasil, CEF, HSBC, Itaú e Bradesco). CULTURA: Itaberaí é um dos berços da cultura em Goiás, é uma cidade histórica. Possui a Casa de Cultura Cel. João Caldas, com bibliotecas, galeria de fotos e documentos antigos, Museu, e é a sede da Academia Itaberina de Letras e Artes. Fazem parte da academia, escritores, poetas, artistas e historiadores. Possui Clube de Xadrez, o qual já foi campeão goiano. O xadrez é ensinado nas escolas. Como manifestação cultural tem: folia de Reis, Folia do Divino, festas Juninas, Festas da Padroeira (N.S. da Abadia), carnaval, catira (o grupo de catira de Itaberaí apresenta em Barretos-SP, Vacarias RG e outras), antecedendo o carnaval temos o Zé Pereira.

TRABALHO
  1. Comente como se deu a mineração em Goiás e como era a fiscalização sobre essa atividade.
  2. A região de Goiás foi a segunda produtora de ouro do Brasil Colonial, mas onde foi parar essa riqueza? Justifique sua resposta.
  1. O trabalho na mineração era livre ou escravo? Qual era a realidade de vida desses trabalhadores? Justifique sua resposta.
  2. Como era dividida a população em Goiás? Comente.
  3. Em 1823, Cunha Matos, enviado ao Norte e documenta em seus escritos a indolência ( indiferença, apatia...) do povo e a decadência dos arraias sublevados. Como ele descreve essas regiões. Comente.
  4. Como o povo de Goiás demonstrou a insatisfação administrativa contra o Governo Imperial.
  5. Em que contexto surge a Cidade de Itaberaí na História de Goiás? Explique sua resposta.
  6. Inicialmente a Região de Itaberaí recebe o nome de Curralinho e só tempos depois passa a ser Itaberaí a que se justificam esses nomes?
  7. Como era o desenvolvimento econômico da região de Itaberaí no período Colonial? E atualmente houve muitas modificações no segmento econômico? Justifique.
  8. E a cultura da região de Itaberaí, como se encontra? Você conhece alguma forma de representação cultural da região. Comente.

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