segunda-feira, 18 de abril de 2011

História de Goiás

História de Goiânia

A idéia da mudança da capital do Estado surgiu da necessidade de localizá-la, de acordo com os interesses econômicos goianos. A primeira capital goiana - Vila Boa, hoje denominada Cidade de Goiás - tinha sido escolhida, quando a província era aurífera. Posteriormente, ficou demonstrado que a criação do gado e a agricultura passaram a ser fatores preponderantes no desenvolvimento.

Legisladores sustentaram por algum tempo, a idéia da mudança. A 1º de junho de 1891, os constituintes oficializaram a idéia da transferência da capital, no texto constitucional, ratificando-a na reforma de 1898, como na de 1918.

A primeira constituição republicana, em seu texto definitivo, previa em seu artigo 5º: "A Cidade de Goiás continuará a ser a capital do estado, enquanto outra causa não deliberar o congresso".

Vagamente abordada até 1930, a idéia mudancista só se firmou no governo de Pedro Ludovico, que tomou a decisão de fazer a transferência para local mais apropriado. Em 1932, foi assinado o decreto nº 2.737, de 20 de dezembro, nomeando uma comissão que, sob a presidência de D. Emanuel Gomes de Oliveira, então bispo de Goiás, escolhesse o local onde seria edificada a nova capital do estado.

O Coronel Antônio Pirineus de Souza, sugeriu a escolha de três técnicos: João Argenta e Jerônimo Fleury Curado, engenheiros, e de Laudelino Gomes de Almeida, médico, para realizarem estudos das condições topográficas, hidrológicas e climáticas das localidades de Bonfim, hoje Silvânia; Pires do Rio; Ubatan, atualmente, Egerineu Teixeira; e Campinas, hoje bairro goianiense, a fim de que, baseada no relatório dos técnicos, a comissão se manifestasse. Reunida em 4 de março de 1933, a comissão concluiu pela escolha da região de Campinas. A 24 de outubro do mesmo ano, houve o lançamento da pedra fundamental, no local onde está a sede do governo estadual.

Inicialmente a capital abrigou um grupo de casas de funcionários do governo à rua 20, próximo ao Córrego Botafogo, e não tardou a sair do papel através de um traçado urbanístico do tipo radial concêntrico - ruas em forma de raio, tendo como centro a Praça Cívica, onde estão as sedes dos governos estadual e municipal - Palácio das Esmeraldas e Palácio das Campinas. O plano é de autoria do urbanista Atílio Correia Lima, cabendo a sua execução aos engenheiros Jerônimo e Abelardo Coimbra Bueno.

Finalmente, a 23 de março de 1937, foi assinado o decreto nº 1816, transferindo definitivamente a capital estadual da Cidade de Goiás para a atual. O Batismo Cultural só ocorreu a 5 de julho de 1942, em solenidade oficial realizada no recinto do Cine-Teatro Goiânia, com a presença de representantes do presidente da república, governadores e ministros, além de outras autoridades.

Um Projeto Europeu
no Cerrado

O portal art-déco quase futurista da Exposição de 1942 se abre sobre o que de melhor tinha a oferecer a economia goiana. A nova capital e o mundo de oportunidades que se desvendava na nova fronteira deram a Goiás o impulso de que necessitava para romper o marasmo rural de séculos.
Quando Pedro Ludovico decidiu levar a cabo a construção da nova capital de Goiás, já existia um Plano Diretor da cidade, criado em 1933 pelo arquiteto Atílio Corrêa Lima, seguindo uma tendência urbanística já consagrada em diversas cidades importantes, como Karlsruhe e Washington. Coube a outro arquiteto, Armando de Godói, dar forma final ao projeto radial que caracteriza o núcleo de Goiânia.

Nesta foto de 1942, a Avenida Goiás se estende diante do Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual. Apenas uns poucos prédios se erguem sob o sol causticante do cerrado.
Um Visionário Pragmático

Pedro Ludovico formou-se em medicina no Rio de Janeiro. Sua tese de doutorado abordou a histeria, assunto avançado para a época. Retornou a Goiás para praticar a profissão, inicialmente em Rio Verde.

Mas a vida acadêmica ensinara-lhe também a arte da política, que exerceu com maestria durante toda sua existência.  Governou o estado por cinco mandatos, três como Interventor e dois como Governador eleito. Foi Senador por três vezes e sua luta pela redemocratização do país levou à cassação de seu mandato, em 1968.

Sua vontade férrea fez erigir no centro esquecido do Brasil uma nova cidade, abrindo caminho para para Juscelino e Brasília.

Getúlio Vargas visitou o canteiro de obras em 1940, dando apoio político à ousadia do médico goiano.

Pedro Ludovico morreu em 1979.
 
Goiânia - Eis o nome


Em outubro de 1933, o semanário "O Social", havia instituído um curioso concurso a respeito da escolha do nome para a nova capital. Leitores de todo o estado contribuíram, sendo interessante relembrar os nomes mais votados: Petrônia, Americana, Petrolândia, Goianópolis, Goiânia, Bartolomeu Bueno, Campanha, Eldorado, Anhanguera, Liberdade, Goianésia, Pátria Nova, entre outros. Em 2 de agosto de 1935, Pedro Ludovico usou, pela primeira vez, o nome "Goiânia", ao assinar o decreto nº 237, criando o município de Goiânia. O ganhador do concurso foi o Professor Alfredo de Castro, com o pseudônimo "Caramuru".
 
Carro de Boi Bom é o Gemedor

Sem estradas praticáveis para caminhões,
o material de construção chegava ao canteiro puxado por juntas de boi,
como esta que acaba de descarregar diante do Palácio das Esmeraldas.

Os operários que vinham construir a cidade
não encontravam outras acomodações além
de choupanas fincadas no meio do mato.



Atividades
1) Desde o Período Colonial já existia a vontade de transferir a capital do Estado de Goiás. Que justificativas eram alegadas para esse fato? Capriche.

2) Em 1932  uma nova impulsão a transferência da Capital do Estado é retomada, o que isso provocou na sociedade? Como é justificada a transferência? Explique. 

3) Varias personalidades foram envolvidas no projeto de transferência da Capital do Estado de Goiás, comente sobre as principais. 


4) Como Justificar a frase:   
"Um Projeto Europeu no Cerrado."
5) Uma nova Capital para o Estado de Goiás era algo desejado por muitos e escolher o nome dessa Cidade era um desafio. Como foi feita essa escolha? Comente. 


 

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